Durante muito tempo uma concepção teórica afirmava que as crianças pequenas não se relacionavam com o mundo a sua volta, nem mesmo produziam cultura. Porém no final do século 19, os estudiosos Henri Wallon, Jean Piaget e Lev Vygotsky concluíram que parte da comunicação das crianças se dá por meio das brincadeiras e também é através do ato de brincar que elas se expressam culturalmente.
Wallon, psicólogo e filósofo francês descobriu que a aprendizagem infantil não depende apenas do ensino de conteúdos: para que ela ocorra, é necessário afeto e movimento. Dessa forma, é importante deixar os pequenos livres, para que sejam capazes de fazerem descobertas.
Enquanto isso, o biólogo Piaget descobriu que crianças menores fazem descobertas através de experimentações e movimentos repetitivos e as crianças maiores, que já entendem a mecânica das brincadeiras, buscam traçar regras comuns para que o ato de brincar seja compartilhado com as outras crianças a sua volta.
Já Vygotsky apontou que a produção de cultura depende das relações interpessoais e, por isso, os pais e professores devem sempre ampliar o repertório cultural dos pequenos, pois intervenções como a apresentação de novas brincadeiras e o incentivo à autonomia são fundamentais no desenvolvimento de uma criança.
Brincar é uma importante forma de comunicação para aqueles que ainda não conseguem se expressar bem através de palavras. Mas lembre-se que cada faixa etária tem uma necessidade diferente: os pequenos, que ainda estão aprendendo, tem mais dificuldade em dividir os seus brinquedos. Já as crianças maiores preferem brincadeiras em grupo, o que estimula o desenvolvimento das relações interpessoais.
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Fonte: Revista Nova Escola